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Da Vinci Simulacrum

23.04.22 a 25.09.22

Tomando como ponto de partida algumas das pinturas e desenhos mais icónicos de Leonardo da Vinci (1452–1519) — A última ceia, Mona Lisa, São João Batista, Virgem dos Rochedos, entre outras obras menos conhecidas —, a artista desconstrói pressupostos geométricos existentes num inconsciente coletivo. Através da profunda investigação e do minucioso estudo sobre a simbologia, e recorrendo a uma metodologia que advém do conhecimento científico, artístico e religioso, as obras apresentadas questionam, sobretudo, o modo de apreensão do mundo, mas, também, a análise de uma estrutura interna inata. Neste sentido, os signos não são vistos no seu contexto imutável, nomeadamente social, político, cultural ou temporal, que tendem a fixar os seus significados. Ao perderem a sua âncora de significação, os símbolos revelam uma concentração formal, ou uma corrente combinatória de significados, dependente da sensibilidade humana que se traduz por um conjunto de ideias, emoções e linguagens transversais a todas as sociedades.

Em entrevista a publicar no catálogo da exposição, a artista clarifica: “O interessante é perceber que quando se fala de símbolos, arquétipos ou imutabilidade, existe uma estrutura por detrás daquele símbolo que se pode explorar de diferentes modos. Um símbolo pode ser político, religioso, científico ou comunitário. Portanto, o mesmo símbolo pode refletir diversas formas de pensar e representar diferentes significados em diferentes culturas e de diversos modos.”

Hugo Dinis


Considerando o projeto uma arqueologia de “inconsciente coletivo” descentralizado, símbolos pré-existentes são recombinados sob um sistema formal justaposto a obras icónicas de Leonardo da Vinci.

Descrevendo uma alegoria subconsciente incidental à obra de Leonardo, ideias artísticas, religiosas, políticas, científicas e culturais contemporâneas encontram-se formalizadas numa instalação de caixas de luz. Enquanto esses “estudos simbólicos”, ou “simbólico-continuum”, convergem múltiplas interpretações pessoais, com uma vasta gama de significados, sentimentos, linguagens, ideias e conotações para cada observador, também cada caixa de luz se refere a uma “abertura” dentro de um sistema combinatório finito.

Uma visão gnóstica equitativa partilhada pelo artista renascentista, que evolui com base na percepção e repetição de permutações simbólicas inatas em todos nós. A nível cognitivo, esta decomposição de diferenciação repetitiva, contribui para o desenvolvimento de conhecimento científico e tecnológico. Na medida em que o estudo matemático e geométrico de formas autorreferenciais ou recursivas, subjacentes a esses símbolos, são temas de estudo em teorias de física e sistemas computacionais. Uma abordagem, por exemplo, compartilhada por Leibniz ao relacionar as combinações Yin Yang com a base do sistema binário.

Os símbolos em Da Vinci Simulacrum são combinados como módulos abertos em estudo relacionados com uma estrutura formal desconstruindo epifenómenos binários, tais como racional versus irracional, ou consciência versus subconsciente. Um sistema numérico iterativo formulado e entendido como um campo combinatório de possibilidades fenomenológicas.

Esta proposta numérica formal pode ser combinada aleatoriamente, ou não, como um método incidental para cada observador em dimensões múltiplas de hiperespaço. Assim, o símbolo replica a sua própria conotação metamorfoseando-se num leque de sentimentos semelhantes a um sistema dinâmico onde o todo é maior que a soma de suas partes.

Margarida Sardinha

Artistas
Margarida Sardinha

Curadoria
Hugo Dinis

Catálogo
Disponível apenas em versão digital

Arquivo de exposições

Exposições realizadas no MIAA - Museu Ibérico de Arqueologia e Arte:

2021

  • - Objetos Específicos – Parte 1 - Coleção Figueiredo Ribeiro - Curadoria: Ana Anacleto e João Silvério - 08.12.21 a 28.08.22
  • - Memórias Futuras - Coleção de Arte Contemporânea do Estado - Curadoria: David Santos, Manuel João Vieira, Sandra Vieira Jürgens, Sara & André e Comissão de Aquisição de Arte Contemporânea do Estado 2019/20 - 08.12.21 a 03.04.22

2022

  • - Contra-Parede - Ana Vidigal, Nuno Nunes-Ferreira e Pedro Gomes - Curadoria: Hugo Dinis - 23.04.22 a 25.09.22
  • - Da Vinci Simulacrum - Margarida Sardinha - Curadoria: Hugo Dinis - 23.04.22 a 25.09.22
  • - O que fazer? - Martim Brion - Curadoria: João Silvério - 17.09.22 a 12.02.23
  • - Dois Cafés - Luís Paulo Costa - Curadoria: Sara Antónia Matos - 17.09.22 a 12.02.23
  • - Rio - Mestre José Pimenta - Curadoria: Sara & André - 08.10.22 a 26.02.23
  • - As minhas arqueologias - Heitor Figueiredo - Curadoria: Hugo Dinis - 08.10.22 a 26.02.23

2023


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